Gongolo é venenoso? Especialistas respondem com um alerta curioso

Se você já se deparou com um gongolo se arrastando pelo quintal ou pela parede da sua casa, é provável que tenha sentido um certo incômodo — ou até mesmo medo. A aparência segmentada, o movimento lento e o hábito de surgir em bandos despertam dúvidas e preocupações. Mas afinal, gongolo é venenoso?

Essa pergunta tem ganhado destaque nas buscas do Google e no interesse de usuários nas redes sociais, especialmente em períodos de calor e chuva, quando esses pequenos animais aparecem com mais frequência.

A seguir, vamos explorar o que dizem os especialistas em entomologia, a ciência por trás desse curioso animal, e se ele representa algum risco para a saúde humana.

O que é o gongolo e por que ele aparece tanto?

O gongolo é um miriápode, da mesma classe dos diplópodes, também conhecidos como milípedes. Apesar de muita gente confundi-lo com centopeias, eles são bem diferentes. Os gongolos se movem lentamente, têm o corpo cilíndrico e vários pares de pernas, duas por segmento.

Esses animais costumam surgir em ambientes úmidos e com matéria orgânica em decomposição, como folhas, madeira e solo rico. Seu aparecimento aumenta em épocas de calor e umidade, como no verão e em períodos chuvosos, o que explica o aumento de relatos em determinadas regiões do Brasil.

Além disso, os gongolos são decompositores naturais, ou seja, ajudam a manter o equilíbrio ecológico ao reciclar matéria orgânica. Apesar disso, a dúvida persiste: será que ele é perigoso?

Gongolo é venenoso? Entenda o que dizem os especialistas

Segundo biólogos e pesquisadores da área, o gongolo não é venenoso no sentido comum da palavra. Ele não possui ferrões, presas ou glândulas capazes de injetar toxinas em outros animais ou humanos. Isso o torna inofensivo sob o ponto de vista de picadas ou ataques.

No entanto, ao se sentir ameaçado, o gongolo libera uma substância de defesa — um líquido escuro e com odor característico, conhecido como secreção benzoquinona. Essa substância não é letal, mas pode causar irritações leves na pele e nas mucosas, especialmente em pessoas alérgicas ou com sensibilidade.

Portanto, mesmo sem ser venenoso como uma aranha ou escorpião, o gongolo pode causar desconforto se manipulado incorretamente. Por isso, é sempre recomendado não tocá-lo diretamente com as mãos.

Pode causar alergia ou intoxicação?

Embora não seja comum, o contato com a secreção do gongolo pode provocar reações alérgicas em algumas pessoas. Entre os sintomas relatados estão vermelhidão, coceira, irritação nos olhos e, em casos mais sensíveis, até inflamações leves.

Crianças pequenas e animais domésticos podem ser mais vulneráveis, principalmente se houver ingestão acidental ou contato com olhos e boca. Nesses casos, é importante lavar bem a área afetada e procurar orientação médica ou veterinária.

Vale lembrar que o simples fato de ver um gongolo em casa não representa um perigo direto. O cuidado está no manuseio inadequado e na exposição à sua secreção defensiva.

Gongolos invadiram minha casa: o que fazer?

Em determinadas épocas do ano, principalmente no verão, é comum notar a presença de dezenas — às vezes centenas — de gongolos entrando pelas frestas da casa. Esse comportamento não está relacionado à busca por comida ou abrigo, mas sim a condições ambientais que favorecem seu deslocamento.

Para controlar essa situação, os especialistas recomendam:

• Vedar frestas e janelas com borrachas e telas.
• Evitar acúmulo de folhas, madeira e lixo orgânico ao redor da residência.
• Manter a casa sempre limpa e arejada.
• Usar barreiras físicas ou armadilhas naturais para impedir o acesso.

Não é necessário utilizar venenos ou inseticidas fortes, pois o gongolo não é um inseto e muitos produtos não são eficazes contra ele.

Gongolo transmite doenças? Mito ou verdade?

Essa é outra dúvida bastante comum: será que o gongolo transmite doenças? A resposta é não. Até o momento, não existem registros científicos que comprovem a transmissão de doenças humanas por gongolos.

Eles não picam, não mordem e não se alimentam de sangue ou alimentos processados. Seu interesse está na matéria orgânica do solo, como folhas mortas e restos vegetais. Logo, são considerados animais de baixo risco sanitário.

No entanto, em casos de infestação, a presença em grande número pode gerar mal-estar, sujeira e desconforto — o que, indiretamente, pode comprometer a saúde do ambiente.

O que os pesquisadores têm observado sobre o comportamento do gongolo?

Estudos conduzidos por instituições como a Embrapa e universidades estaduais têm mostrado que os gongolos têm um importante papel ecológico. Seu comportamento de escavar e consumir matéria orgânica contribui para a aeração do solo e reciclagem de nutrientes, fundamentais para a agricultura sustentável.

Apesar disso, há registros de gongolos em grandes volumes invadindo áreas urbanas, o que levanta questionamentos sobre desequilíbrios ambientais, uso excessivo de pesticidas e modificações no habitat natural desses animais.

Esses fatores mostram que, mesmo inofensivo, o gongolo pode se tornar um “visitante indesejado” quando o equilíbrio da natureza está comprometido.

Curiosidades sobre o gongolo que você talvez não saiba

1. Os gongolos podem viver até 7 anos em ambiente natural.
2. Existem mais de 12 mil espécies de diplópodes conhecidas no mundo.
3. Quando ameaçado, ele se enrola como um caracol para proteger o ventre.
4. Sua movimentação lenta se deve à ausência de músculos fortes — por isso ele depende da rigidez do exoesqueleto.

Esses pequenos detalhes mostram como esse animal é bem mais interessante do que perigoso. Ele é parte de um sistema ecológico complexo e merece respeito, mesmo quando nos causa espanto.

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Afinal, devo me preocupar com o gongolo?

Depois de tudo que vimos, podemos afirmar com tranquilidade: não, você não precisa se preocupar com o gongolo — desde que respeite sua natureza e evite o contato direto. Ele não é venenoso, não ataca humanos e não representa ameaça real à saúde pública.

O que pode acontecer é um incômodo visual ou a necessidade de controle populacional em áreas urbanas. Nesses casos, as soluções são simples, naturais e totalmente seguras.

Além disso, ao entender melhor o papel do gongolo no ecossistema, é possível enxergá-lo não como uma praga, mas como um aliado discreto da natureza. E, como todo visitante, ele só precisa ser guiado para fora — sem pânico, sem exagero.