Por: Edivan Costa
22/05/2025
Embora sejam ingredientes naturais e populares na fitoterapia, tanto o alecrim quanto a hortelã possuem princípios ativos que podem causar efeitos adversos ou interações indesejadas em determinadas situações.
Por isso, seu uso deve ser consciente, especialmente quando consumidos com frequência ou em grandes quantidades.
O alecrim (Rosmarinus officinalis) possui ação estimulante sobre o sistema circulatório. Isso significa que ele pode aumentar a pressão arterial, o que representa um risco para pessoas hipertensas, especialmente se estiverem em tratamento medicamentoso. Nesses casos, é essencial consultar um profissional de saúde antes de ingerir o chá com frequência.
Além disso, o alecrim não é indicado para gestantes, principalmente nos primeiros meses de gestação, pois seu uso em doses elevadas pode estimular contrações uterinas e oferecer risco de aborto espontâneo. Mulheres lactantes também devem ter cautela, pois os compostos ativos podem passar para o leite e afetar o bebê.
Outro ponto importante é que pessoas com problemas hepáticos ou renais devem evitar o uso contínuo da planta, já que alguns de seus componentes precisam ser metabolizados por esses órgãos, podendo sobrecarregá-los.
A hortelã (Mentha sp.), apesar de refrescante e calmante, tem contraindicações importantes em alguns contextos. Consumida em excesso, pode relaxar o esfíncter esofágico inferior, que é a válvula que separa o esôfago do estômago. Isso pode levar ao refluxo gastroesofágico, especialmente em pessoas que já sofrem com esse distúrbio.
Por isso, quem tem tendência à azia ou diagnóstico de doença do refluxo deve observar como o organismo reage após o consumo da hortelã. Em casos mais sensíveis, o ideal é reduzir a frequência ou optar por outras ervas mais neutras, como camomila ou erva-doce.
Além disso, assim como o alecrim, a hortelã também não deve ser consumida em excesso durante a gravidez ou amamentação, salvo com orientação profissional.
Mesmo plantas medicinais consideradas seguras podem apresentar riscos quando usadas de forma contínua ou sem orientação. O corpo pode desenvolver tolerância aos compostos ativos, ou mesmo apresentar efeitos adversos acumulativos, como irritações gástricas, dores de cabeça ou alterações hormonais leves.
A recomendação geral é evitar o consumo diário e ininterrupto por longos períodos. Em vez disso, recomenda-se fazer pausas: por exemplo, utilizar por 5 dias e descansar 2, ou fazer ciclos mensais com intervalos de descanso, dependendo da orientação de um fitoterapeuta ou nutricionista.
Vale lembrar que a ingestão de até duas xícaras por dia do chá de alecrim e hortelã costuma ser bem tolerada por adultos saudáveis, mas qualquer sintoma inesperado — como tonturas, enjoo, palpitações ou desconforto gástrico — deve ser motivo para suspender o uso e buscar avaliação médica.
Outra questão importante envolve as interações com medicamentos. O alecrim pode interagir com anticoagulantes, medicamentos para pressão, diuréticos e até alguns ansiolíticos ou antidepressivos.
A hortelã, por sua vez, pode interferir na absorção de medicamentos via oral, especialmente cápsulas entéricas, que são sensíveis ao pH estomacal.
Portanto, pessoas em tratamento contínuo com qualquer tipo de medicação devem informar seu médico sobre o uso de chás ou suplementos à base de alecrim e hortelã.