O pastejo rotativo intensivo tem se popularizado entre os produtores de leite. Contudo, adotar esse sistema com eficiência exige atenção à escolha das forrageiras. O capim Miyagi desponta como excelente opção para compor os piquetes rotacionados.
Originário do Japão, o Miyagi reúne características muito positivas para esse tipo de manejo. Ele se destaca pela:
Em condições adequadas de solo e clima, o capim Miyagi pode render de 12 a 18 toneladas de matéria seca por hectare ao ano. Isso significa alta produtividade por área, essencial para viabilizar a intensificação do pastejo.
Essa elevada produção de fitomassa por unidade de área é essencial para viabilizar economicamente a adoção de sistemas intensivos de pastejo rotativo. Quanto maior a produtividade de matéria seca por hectare, maior poderá ser a carga animal por piquete.
Outro ponto forte do Miyagi é o elevado teor de proteína bruta, variando de 10 a 14% a depender do corte e adubação nitrogenada. Essa proteína é de alta qualidade, melhorando a dieta das vacas leiteiras em lactação.
Além disso, Miyagi apresenta digestibilidade da matéria seca em torno de 60%. Considerando seu valor proteico, essa característica nutricional permite ótima conversão em produção de leite.
Considerando em conjunto a digestibilidade e o teor proteico, o capim Miyagi apresenta valor nutricional ideal para proporcionar ótima conversão alimentar em produção de leite pelo rebanho. Ou seja, as vacas alimentadas com Miyagi têm potencial para converter grande parte da energia e proteína consumidas em elevada produtividade leiteira.
O Miyagi também é benéfico pela velocidade de rebrota. Em condições favoráveis, ele atinge de 21 a 28 dias o estágio ideal para pastejo após a desfolha. Isso viabiliza menor tempo de descanso dos piquetes.
A rápida rebrota é uma característica chave do capim Miyagi para potencializar a dinâmica e a produtividade do sistema rotativo, viabilizando redução no tempo de descanso e maior frequência de pastejos.
Dessa forma, a alta velocidade de rebrota permite ampliar a intensidade de uso da área com Miyagi no pastejo rotativo. Em contrapartida, forrageiras com rebrota mais lenta necessitam maior tempo de descanso entre os ciclos de ocupação dos piquetes.
A boa aceitabilidade das vacas ao Miyagi é outro fator positivo. Elas preferem essa forragem ao capim-elefante e apresentam maior consumo diário de matéria seca. O capim Miyagi destaca-se entre as forrageiras tropicais por apresentar excelente aceitabilidade pelo gado leiteiro.
Pesquisas evidenciam que os animais apresentam maior consumo diário de matéria seca quando alimentados exclusivamente com capim Miyagi. Isso ocorre devido à boa palatabilidade e ao baixo teor de fibra dessa forrageira.
A melhor aceitação das vacas está relacionada ao elevado teor de açúcares e proteínas solúveis do Miyagi, que conferem sabor adocicado à planta. O menor teor de fibra aumenta a digestibilidade total da forragem consumida.
Além da maior ingestão de matéria seca, o Miyagi proporciona adequado balanço de nutrientes para vacas leiteiras. A boa aceitabilidade reflete em melhor desempenho produtivo dos animais a pasto.
Dessa forma, a preferência das vacas pelo capim Miyagi em relação a outras forrageiras é uma importante vantagem para compor sistemas de produção de leite a pasto. Isso porque viabiliza maior consumo de matéria seca e melhor conversão em litros de leite.
Todas essas qualidades do Miyagi o tornam estratégico para compor piquetes rotacionados produtivos. Ele produz mais por área, tem excelente valor nutritivo, rebrote rápido e é consumido avidamente pelas vacas.
Portanto, o produtor que adota o sistema rotativo intensivo deve considerar seriamente o plantio do capim Miyagi. Apesar de mais exigente em fertilidade, o Miyagi supera os desafios do pastejo rotativo, sustentando alta produtividade por área com qualidade superior de forragem.